Apple anunciou seus resultados do último trimestre de 2012, finalizado em 29 de dezembro. A companhia apresentou receita e lucro líquido trimestrais recordes: US$ 54,5 bilhões e US$ 13,1 bilhões, respectivamente. 

No quarto trimestre do ano anterior, a receita e lucro líquido da companhia foram de US$ 46,3 bilhões e US$ 13,1 bilhões, respectivamente. A margem bruta, que mede a rentabilidade das vendas, logo após as deduções e do custo dos produtos, passou de 44,7% para 36,6%. Já a receita média semanal chegou a US$ 4,2 bilhões, um aumento de US$ 900 milhões se comparado ao mesmo período do ano anterior.

A companhia ainda anunciou recorde na venda do iPhone, que passou de 37 milhões de unidades em 2011, para 47,8 milhões em 2012, e do iPad, que chegou a 22,9 milhões de unidades comercializadas no trimestre. No ano anterior, a Apple entregou 15,4 milhões de tablets ao mercado.

As vendas de Macs e iPods, no entanto, caíram nos últimos meses do ano. A companhia comercializou 4,1 milhões de Macs em 2012, contra 5,2 milhões em 2011. Os iPods chegaram a 12,7 milhões de unidades no período, contra 15,4 milhões no ano anterior.

"Estamos entusiasmados com a receita recorde de mais de US$ 54 bilhões e vendas de mais de 75 milhões de dispositivos iOS em um único trimestre", disse Tim Cook, CEO da companhia. "Estamos muito confiantes com a nossa linha de produtos e continuamos a apostar na inovação, e na fabricação dos melhores produtos do mundo", finalizou o executivo.

EXPECTATIVAS

Apesar dos números superlativos de vendas, e do esperado tom de otimismo de todos os executivos da Apple, o mercado não recebeu os resultados com entusiasmo. Ao contrário. No mercado conhecido como "after hours", em que ações são negociadas mesmo depois do fechamento de Wall Street, os papéis da Apple chegaram a cair 9,7%, sendo negociadas a US$ 464,09, um dos patamares mais baixos dos últimos trimestres. A empresa chegou a perder nada menos que 47 bilhões de dólares de seu valor de mercado nessas negociações da noite de quarta-feira (23/01) - segundo o Wall Street Journal, o valor é igual à soma do valor de mercado da Dell, da Nokia e da RIM (Blackberry). 

O principal motivo para o mau humor de Wall Street com a maçã veio do lucro. A empresa manteve a mesma margem de lucro (um crescimento de 0,1%), quando comparado com o mesmo trimestre do ano passado - o que contraria a tendência histórica da Apple de sempre apresentar lucros fortes. Os custos de produção mais altos, resultantes do grande esforço para lançar novos produtos ao longo de 2012 estão entre os fatores que determinaram essa queda expressiva no lucro. 

Custos em alta, concorrência também. Apesar do recorde de vendas, a Apple sofre cada vez mais com a concorrência da Samsung e de sua linha Galaxy. Sofre, também, com os efeitos da crise financeira nos mercados desenvolvidos. Mais recentemente, os mercados que determinam o crescimento são os mercados emergentes (como o Brasil). O problema é que nesses mercados os consumidores tendem a ser muito mais sensíveis ao fator preço - o que faz com que os produtos da Apple não consigam competir em larga escala.

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