As autoridades japonesas não devem mais aceitar o anonimato na internet
que o navegador Tor proporciona. Como uma medida de combate ao
cibercrime, o país tenta fazer com que os provedores de internet banam o
"uso abusivo" do recurso.
Segundo a Wired,
apesar de o governo falar apenas em punir o abuso, não há exatamente
como saber o que uma pessoa faz na internet enquanto ela navega pelo
Tor. A ferramenta oferece anonimato completo, o que dá a entender que
qualquer tipo de utilização será punida.
Segundo a Agência
Nacional de Polícia, o Tor facilita as fraudes financeiras, abuso
infantil e o vazamento de informações confidenciais. Ele é uma das
ferramentas indispensáveis para quem tenta navegar na Deep Web. Entretanto, ainda não está confirmado que os provedores irão acatar à solicitação.
A
medida da NPA do país pode ser uma resposta direta aos problemas
causados por um hacker, ainda no início do ano, que começou a espalhar
ameaças de morte pela internet. Três pessoas foram capturadas após terem
o IP identificado de forma enganosa devido às propriedades do Tor, e
confessaram o crime sob pressão, enquanto as mensagens continuavam se
proliferando. O verdadeiro hacker só foi identificado por meio de uma
câmera de segurança. Ao confiscarem seu computador, descobriram que ele
era usuário assíduo do Tor.
Esta situação manchou bastante a
imagem da polícia japonesa com o público, pela incapacidade de lidar com
o cibercrime e também por pressionar confissões de inocentes. Isso pode
ter causado o enrijecimento da lei quanto ao anonimato da web.
Apesar
dos problemas causados pelo Tor, a ferramenta ainda é considerada
importantíssima na luta contra a censura na internet, e é defendido por
órgãos sérios como a Electronic Frontier Foundation. O navegador é
utilizado para navegação livre em países onde há um controle rígido de
informação, como na China e para denúncias anônimas.
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